segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Em Breve...





Por Leandro Freire

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Poeta


Dizem por aí que o poeta está cansado
Outros dizem que não
Ele está apenas assustado
Esse cara está ficando é desesperado
Está perdendo a inspiração
Pro seu poema cantado

Isso tudo, é claro, é apenas boato
Por enquanto não há motivo
Pra ficar alarmado
Amanhã ele estará no portão daquela escola
Tocando Ave Maria
Ao som da sua viola
Pelo menos era tudo o que eu queria

O sol nasceu diferente
Sobre o Rio de Janeiro
Infelizmente o boato é verdadeiro
O poeta hoje chora ajoelhado sobre o Arpoador
Braços abertos como Cristo, nosso redentor
Desabafando, pedindo perdão
A Gabriel, pensa a dor

Como está a educação
Nossa situação
O poeta está perdendo toda a emoção
Corroendo e desfazendo sua criação
Está vendendo seu trabalho lá no calçadão



Bons tempos aqueles
Em oitenta e tal
Quando mergulhar na poesia
Já era normal
Vivia na calçada
Recebendo caridade
Descrevia em seus textos
A beleza da cidade

Tijuca, Ipanema, Copacabana
Parece cena de cinema
Quanto gente bacana
Mas o poeta reparava
O paraíso suburbano
Até Beethoven escutava
As notas do piano

Saía com os amigos
E os rabos-de-saia
Dançava nas festas
Ao som do Tim Maia
Ah como era bom, ele era assim
Cantava sempre no Tom
Para alegrar o Jobim

O poeta era homem
De paz e amor
O poeta não estudava
Para ser doutor
Mas o poeta foi perdendo
Todo seu louvor
Quando a paz carioca se transformou
Na dor


Corrupção, violência, confusão e desemprego
Até o meu santo está pedindo arrego
Coitado do poeta
Queria ele ter poder
Pra construir um novo amanhecer
"A situação está apertando
O que devo fazer?
Já estou desanimando
Vou parar de escrever"

A galera lá no morro
Continua sambando
Mas o poeta ainda está triste
E continua chorando
Com tanta coisa acontecendo
Para que ser percebido?
Seu peito está doendo
Até mesmo na Lagoa
Seu cenário favorito

Cuidado, meu Brasil
Você está mudando
Estão te fazendo de imbecil
E ainda tem gente votando
Enquanto tem safado por baixo do pano
O poeta vai chorando, chorando, chorando

É melhor parar, não posso reclamar
Senão daqui a pouco
Também vou chorar
É a nossa cidade
Pra todos os efeitos
Também tem qualidade
Não são só defeitos
É o Rio de Janeiro, sabe como é
Nosso pôr-do-sol é aplaudido de pé


Sentindo a areia quente
Na beira da praia
Pode vir com a gente
Que ainda tem gandaia
E se ainda pintar aquele sufoco
Não precisa se extressar
Toma uma água de coco

E o pobre do poeta
Qual será seu fim?
A magia aqui do Rio não termina assim
O poeta está saindo
E já tem outro chegando
Mas que bom que nosso herói
Não está mais chorando

O poeta foi embora
Começou vida nova
Agora espera que o outro já vem
Já está dentro do trem
Muito prazer, Leandro Freire
Sou poeta também

Por Leandro Freire

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ateliê Urbano


Esse post já é considerado por mim como um dos mais importantes, pois marca a primeira entrevista para o blog.
É incrível como tem tantas coisas interessantes pelo mundo lá fora que muitas vezes não percebemos. Por um bom tempo eu passava por um pequeno espaço com várias pinturas ótimas, localizado em frente à estação de trem do meu bairro e ficava me perguntando o que seria aquilo. Um dia veio aquela voz em minha cabeça, dizendo "vá lá e descubra". Eu fui... e descobri.

Vindo do Maranhão em 1982 com apenas 13 anos de idade, Chico Conceição se formou em Artes Cênicas em 1998 e montou um grupo teatral no bairro de Santa Tereza. Há 4 anos criou o local em Bangu. Na verdade o espaço tinha a intenção de buscar lugares para palestras e reuniões sobre teatro.

Chico - O pessoal do teatro é muito preguiçoso. Ninguém queria sair de Santa Tereza para vir até aqui. Acabei ficando por Bangu mesmo. Mas a cultura é algo universal e todos abraçaram essa idéia, sem importar se eram do mundo teatral ou não.

Como o próprio Chico me disse, o espaço é realmente pequeno, mas incrivelmente grande ao atingir seus objetivos. Que ainda consiste na busca de locais, com a diferença de que dessa vez são de eventos, festivais e apresentações diversas.
Tudo começou bem devagar. Eram apenas comentários como "tem um lugar novo perto da estação, você já viu?". Mas a curiosidade foi aumentando, as pessoas foram se interessando e hoje são mais de 600 cadastrados. Lugar simples, sim, construído à base de palavras e imagens. Onde as palavras ficam por conta dos textos criados pelas próprias crianças, enquanto as imagens...



Esse é apenas um dos vários quadros expostos pelo lugar. Impossível não se encantar com o trabalho desse guerreiro (artista) que se autodenomina como quem "não sabe de nada e faz de tudo".

Chico - O teatro abrange todas as áreas. Você sem querer acaba se formando em tudo.

Anos atrás Chico poderia ser apenas um jovem vindo do Nordeste com um sonho na mente e a dificuldade na alfabetização. Mas ele se desafiou e encarou um vasto caminho que aparentemente seria nada mais que o tal sonho em sua mente: o caminho do incentivo à leitura e educação.

Chico - Foi por ser analfabeto que quis seguir esse caminho. Hoje estou em uma área totalmente oposta, cercado de livros e materiais culturais.

Seu filho, de apenas 10 anos, também passa pelo mesmo processo de incentivo.

Chico - Meu filho não sabe escrever e lê com dificuldade. Eu o ajudo a abrir os olhos e criar oportunidades para ele. O ensino no Brasil não é dos melhores e se afunda cada vez mais, então tento fazer a minha parte.

Mas não apenas as crianças são ajudadas por essa iniciativa. Adolescentes e adultos também visitam o espaço, procuram por CD's, livros e ficam por dentro da programação cultural na cidade. É um local bem leve e descontraído, com um rádio tocando suas músicas de MPB em um canto e os famosos quadros de sua autoria em outro. Tudo é uma riqueza de simples detalhes, passando pelo colorido da toalha de mesa e chegando às figuras montadas com isopor.
E foram esses pequenos detalhes que contribuiram para o sucesso do...

Chico - Eu não chamaria de sucesso. Apenas consegui atrair a atenção das pessoas e cumprir meu objetivo de incentivá-las a mergulhar em nossa cultura.

Naquele dia fui para casa com um sorriso no rosto. Feliz em saber que o país ainda pode contar com pessoas como Chico Conceição (assim mesmo, em destaque) que faz sua pequena e humilde parte, surtindo efeitos de uma grandeza incomparável.


"O bater das asas de um beija-flor pode criar um tornado do outro lado do mundo". E você, Chico, acaba de criar o seu. Parabéns!

Vejam mais alguns de seus quadros:





Por Leandro Freire

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Fim - Parte 1

Calma, não é nada disso que estão pensando. O blog não vai acabar e... Nossa! Acabo de me dar conta que faz séculos que não posto algo. E depois de tanto tempo já chego com um post com um nome desses. É, isso assusta (nem tanto, na verdade).
Mas finalmente estou de volta e peço desculpas pela gigantesca demora. E chega de conversa fiada, vamos ao que interessa: explicar o bendito nome desse post.
Na verdade apenas aproveitei meu retorno demorado para postar dois top 5 com os melhores finais de filmes segundo minha leiga opinião. Pegadinha do Malandro! = p

Um rápido aviso: esse post contém revelações dos finais, se não quer estragar a surpresa... fique longe. Agora vamos a eles:



5 - Batman - O Cavaleiro das Trevas


Após dois anos desde o surgimento do Batman, os criminosos de Gotham City têm muito o que temer. Com a ajuda do tenente James Gordon e do promotor público Harvey Dent, Batman luta contra o crime organizado. Acuados com o combate, os chefes do crime aceitam a proposta feita pelo Coringa e o contratam para combater o Homem-Morcego.

Para mim, o melhor filme do Batman (juro que vi uma vez no cinema, aluguei para ver novamente e assiti duas vezes no mesmo dia). Não só pelo roteiro impecável e bem trabalhado, como também pelo excelente trabalho dos atores (dando destaque ao saudoso Heath Ledger, que deu um show de interpretação ao incorporar o sádico Coringa). Mas acreditem: a ótima história em si e o desempenho dos atores não é tudo. O final do filme é para mim algo lindo, com o comissário Gordon (Gary Oldman) dando seu belo discurso pessoal para o filho enquanto vemos a fuga de Batman da polícia. Afinal, "ele é um cavaleiro das trevas", as palavras de encerramento desse ótimo filme.

***
4 - Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado

Tun e Jane se envolvem em um acidente de carro, no meio da madrugada. Após o caso, ele volta à sua profissão, a de fotógrafo - e é quando percebe que estranhos acontecimentos têm marcado presença em suas fotografias. Intrigado, ele parte atrás de pessoas que tenham fotos semelhantes.

Muita gente sabe que os orientais fazem filmes de terror que deixam qualquer criação de Hollywood no chinelo. Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado é um ótimo exemplo disso. Confesso que assisti com um pé atrás porque tinha um certo preconceito contra filmes da terra do sol nascente, mas meu queixo foi caindo a cada minuto do filme e fiquei de cara no chão quando terminou. A história é algo bem batido: as famosas aparições fantasmagóricas em fotos. Mas a forma como utilizaram esse conceito e principalmente como encerraram é o que faz toda diferença.
Durante boa parte do filme o personagem Tun (Ananda Everingham) sente uma forte dor no ombro e seu peso aumenta. Após uma tentantiva desesperada de se livrar do espírito da garota, ele se joga de uma altura considerável. Na última cena ele está no hospital, com o corpo coberto de feridas e em seu reflexo no espelho nós vemos que a garota está montada em seu ombro. É lá onde ela estava durante todo o tempo e é lá onde ficará eternamente.

***


3 - O Amigo Oculto


Em sua nova casa, no norte do estado de Nova Iorque, o psicólogo David Callaway tenta desesperadamente ajudar Emily, sua filha traumatizada, a lidar com a morte da mãe. Mas não demora muito para David e Emily serem aterrorizados por alguém ou algo chamado Charlie: um 'amigo' que pode ser ou não imaginário, mas que definitivamente é um pesadelo.

Pela sinopse já dá pra notar que o filme é no mínimo interessante. Só não se iluda achando que é suspense de tirar o fôlego. Suspense, é sim, mas psicológico. Então prepare-se para muito blábláblá e uma história de grudar no sofá.
David (Robert Deniro) passa por situações estranhas com o tal Charlie, suposto amigo imaginário de sua filha Emily (a talentosa Dakota Fanning). É supernormal crianças terem um amigo imaginário, principalmente após uma perda trágica. Mas as coisas passam do limite quando pessoas são assassinadas e Emily acusa Charlie como responsável pelas mortes. Começa aí uma trama com David tentando descobrir quem é Charlie, até surgir a revelação de que ele nada mais é do que a outra personalidade do próprio David. Fiquei chocado quando vi.

***


2 - Efeito Borboleta

Evan é um rapaz que teve certos problemas de memória quando garoto. Já crescido, ele descobre uma capacidade de poder viajar pelo tempo através desses buracos em suas lembranças. Ele utiliza desse poder para poder ficar com a garota dos seus sonhos, porém, isso o insere em um ciclo que, a cada vez que ele utiliza esse poder, algo de muito ruim acontece a alguém querido de sua vida. Evan tenta então, voltando sempre no tempo, salvar as pessoas, mas por mais que se esforce, alguém sempre vai sair perdendo.

Lindo e criativo. É como descrevo esse filme. Lindo pela bela história contada, que apesar de entrar no universo sci-fi ao abordar o conceito de viagem no tempo, consegue fugir da mesmice tratando da Teoria do Caos com muita criatividade (olha ela aí).
Basicamente, Evan (Ashton Kutcher) descobre que pode viajar com sua consciência ao passado e usa isso para mudar o que houve e assim ficar com sua amada Andrea (Amy Smart). Mas alterando um detalhe ele altera todo o futuro... para a pior. Não importa a quem salva, outra pessoa sofre no lugar.
E não pense que é um filme complexo por falar sobre viagens no tempo. Muito pelo contrário: ao decorrer da história as coisas vão ficando mais claras e você acaba entendendo porque isso ou aquilo aconteceu anteriormente. Mas é o final que importa nesse post e posso dizer que é impecável: percebendo que sempre vai prejudicar alguém, ele retorna ao dia em que conheceu Andrea e impede que uma amizade surja ali. O tempo passa, cada um segue sua vida sem se conhecer e pela primeira vez tudo fica bem.


***

1 - O Planeta dos Macacos (1968)


No ano de 3978, astronautas chegam a um planeta habitado por macacos e são escravizados. Um deles escapa e vira objeto de estudo. A dúvida: teriam os evoluídos macacos se originado dos homens?

Cá estamos no primeiro lugar dessa primeira parte do Top 5, O Planeta dos Macacos. Ah, mas a versão de 1968 hein! Não gostei do remake de 2001.
Mas enfim... esse filme é baseado no livro de Pierre Boulle e possui muitas diferenças da obra original, o que não significa que tenha ficado ruim (na verdade, achei bem melhor). A história de um grupo de astronautas (entre eles o protagonista George Taylor, interpretado por Charlton Heston) chega a um planeta dominado por macacos, onde os humanos é que são tratados como animais. São escravizados pelos símios incrivelmente inteligentes, que falam. Os humanos são os mudos da vez.
Os astronautas também se tornam escravos, mas George se rebela com a ajuda de uma macaca e tenta de tudo para escapar da dominação dos primatas. Deve ser uma droga passar por algo assim em um planeta desconhecido, sabendo que o seu o espera a alguma distância dali, não é? Não nesse caso. A cena final surpreende a qualquer um ao mostrar os restos da Estátua da Liberdade em uma praia. Pois é, eles estavam na Terra desde o início. Em pleno ano de 3978, nosso planeta está sendo governado por macacos. Esse final marcou a história do cinema e criou polêmica numa época de Guerra Fria.


Por Leandro Freire

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dos Bambas

Aos poucos meu PC vai voltando ao "normal" e seguindo o mesmo ritmo aos poucos vou postando algo por aqui (eu estava viajando, ok?).

O que vocês lerão abaixo é um rap/samba que criei para um amigo meu e o título é exatamente o mesmo do post. Mas existe um minúsculo problema: o refrão ainda não está definido.

***

Essa é a batida que está solta pelo ar
Vale a pena escutar, cabe a você aceitar
A união entre crunk + rap + samba
O rap de malandro com o samba dos bambas

É o batuque de mãos dadas com a galera
Solta o som das ruas e o suor da passarela
Essa mistura é pra quem pode, não deixamos pra depois
Vamos de Seu Jorge a Marcelo D2

Seja o boné virado e a parede pichada
Seja a batida do pandeiro e a Velha Guarda
Deixa a canção me guiar

Deixa a canção me levar
Pra onde eu possa cantar
E a canção respirar

É gente da periferia
É gente como a gente
Gente da alegria e da São Clemente
São poetas, são sambistas

Que fazem versos cantando
Transformando o Grande Rio num Império Serrano

Então deixa a canção me guiar
Deixa a canção me levar
Deixa eu cantar que o samba não pode parar

Refrão

Salve salve Seu Cartola e os mestres de verdade
Sua divina inspiração e criatividade
Pode vir que esse samba não tem idade
Essa canção é minha bandeira, é meu estandarte

O coração vai pular, a nação vai cantar
Quando o rap tocar e minha escola passar
Revivendo o pra sempre Gonzaguinha
Agora sai da frente porque vem a paradinha

(só instrumental de samba)

Vem pra cá, pode voltar, faz a galera dançar
E abram suas alas que eu quero passar
Quero entrar na brincadeira com chocalho e agogô
Saldando a Mangueira e o nosso Beija-Flor

Refrão

Tentamos fugir do samba de praxe
Do samba dos bambas de cima da laje
Tentamos mudar, mudar pra melhor
Unindo Black Alien a São Jorge Ben Jor

Refrão


Por Leandro Freire

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Viva 200... Aguarde. Carregando...

Pois é, 2009 finalmente chegou e com ele vieram as novas loucuras do meu PC. Minha internet está endoidando de vez e talvez eu demore a postar algo por aqui novamente. Mas fiquem no aguardo.
O primeiro recado está dado. O segundo é... FELIZ ANO NOVO ATRASADO, GALERAAAA!


Por Leandro Freire

domingo, 28 de dezembro de 2008

A Torre Negra II - A Escolha dos Três


Com linguagem mais simples e direta, "A Escolha dos Três", segundo volume da saga A Torre Negra é ainda melhor que "O Pistoleiro". Repleto de suspense e ação, o livro tem início menos de sete horas depois do fim do primeiro e introduz Roland em nosso mundo ao atravessar três portas que se encontram pela praia do Mar Ocidental (o que não foi nada fácil). Cada porta o leva para dentro da mente de uma pessoa em uma época diferente da cidade de Nova York, conhecendo aqueles que seguirão com ele (fazem parte de seu ka, seu destino).
O primeiro é Eddie Dean, um viciado em heroína do fim da década de 80, que está transportando cocaína em um avião para entregar a um chefe do crime organizado (Enrico Balazar). A segunda porta leva o pistoleiro ao início da década de 60, onde conhece Odetta Holmes, uma negra doce e gentil, deficiente física que luta pelos direitos civis e possui uma dupla personalidade chamada Detta Walker, mulher agressiva, cleptomaníaca e preconceituosa. Finalmente a terceira e última porta que transporta Roland para meados da década de 70, onde uma grande reviravolta acontece, dando um dos temas para o terceiro livro.
Então que venha "As Terras Devastadas"!


Por Leandro Freire